quarta-feira, 23 de abril de 2008
'' Suave murmúrio ''
Sombra de luz
sorriso no olhar
desejo contido
um beijo que ficou por dar
Suave murmúrio
que me atrai ao teu regaço
o sonho é tão doce
como o conforto do teu abraço
Palavras repetidas
sem pressa de falhar
vontade de vencer o jogo
e ver-te assim a brilhar
E como se fosse por magia
faço da tua noite o meu dia
Haja o que houver
sei sempre onde te encontrar
na calma deste rio, no rodopio da cidade
em qualquer lugar
Suave murmúrio...
que me faz adormecer no brilho do teu olhar
( 22.04.2008 )
segunda-feira, 21 de abril de 2008
'' Anjos marginais ''
Por entre ruas estreitas
pelos escombros fugidos
jogam a vida sem sentido
sobrevivem sonhos perdidos
Trazem no olhar aquela dor
e a alma cheia de desejo vazio
a angustia de suportar a solidão
levados pela corrente fria deste rio
Será sempre assim, o futuro a fugir da mão
e os anjos marginais afundam-se na escuridão
Violentados pelo sistema
nesta frágil democracia
refugiam-se apressadamente
em pequenas doses de pura magia
E o abismo aqui tão perto
fogo fátuo que arde por dentro
lágrimas de sangue embotam o rosto
e o mundo é consumido em lamento
Será sempre assim, o futuro a fugir da mão
e os anjos marginais afundam-se na escuridão
Estes anjos não têm asas
nem sabem o que é voar
são anjos nascidos da dor e solidão
já cansados de tanto lutar
Será sempre assim...
( 20.04.2008 )
quinta-feira, 3 de abril de 2008
'' Pertencer-te ''
Decididamente avanço entre o silêncio da penumbra
levado pelo desejo de te sentir tão perto
afogo esta mágoa que me bate cá dentro
procurando abrigo no calor do teu deserto
Este surdo lamento é sempre tão seco
como as horas que descrevem a tua ausência
saberei um dia chegar ao teu regaço
e acabar de vez com esta estranha demência
Dá-me um sinal de ti
deixa-me pertencer-te assim...
Deixa-me provar a suave magia do teu toque
saber sempre onde encontrar o teu fundo
deixa-me afundar o mundo no teu mar
mesmo que seja apenas por um segundo
Dá-me um sinal de ti
deixa-me pertencer-te assim...
( 03.04.2008 )
quarta-feira, 2 de abril de 2008
'' Remorso cor-de-rosa ''
Sei que o tempo nunca espera por nós
sei que o jogo fica sempre por vencer
e o destino que os outros falham
será aquele onde me irei perder
Sei que a nossa história já passou
sei que o mundo não parou para nos olhar
na imensa magia deste mar de céu
haverá sempre lugar para te encontrar
E o peso que este amor tem
não se pode perder assim
este remorso cor-de-rosa
tem de continuar até ao fim
Sempre que de leve fechares os olhos
e te esconderes adormecida no teu fundo
sabes que o sonho se esgota em ti
na procura de um novo mundo
E o tempo avança determinado
na ansia rebelde de tamanho desejo
procurando matar esta sede
na paz calma que é o teu beijo
E o peso que este amor tem
não se pode perder assim
este remorso cor-de-rosa
tem de continuar até ao fim
( 02.03.2008 )
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