segunda-feira, 21 de abril de 2008

'' Anjos marginais ''





















Por entre ruas estreitas
pelos escombros fugidos
jogam a vida sem sentido
sobrevivem sonhos perdidos

Trazem no olhar aquela dor
e a alma cheia de desejo vazio
a angustia de suportar a solidão
levados pela corrente fria deste rio

Será sempre assim, o futuro a fugir da mão
e os anjos marginais afundam-se na escuridão

Violentados pelo sistema
nesta frágil democracia
refugiam-se apressadamente
em pequenas doses de pura magia

E o abismo aqui tão perto
fogo fátuo que arde por dentro
lágrimas de sangue embotam o rosto
e o mundo é consumido em lamento

Será sempre assim, o futuro a fugir da mão
e os anjos marginais afundam-se na escuridão

Estes anjos não têm asas
nem sabem o que é voar
são anjos nascidos da dor e solidão
já cansados de tanto lutar

Será sempre assim...

( 20.04.2008 )

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