quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
'' Quem me dera ''
Quem me dera ser uma bomba atómica
e por uma vez na vida explodir
quem me dera ser um sacrifício
e de alguma forma sobreviver
quem me dera ser um sentimento
e ser para sempre o teu vício
quem me dera ser a força do vento
e a tua barreira conseguir romper
Quem me dera ser uma fronteira
e poder abrir as portas de par em par
quem me dera ser o mito mais antigo
de uma velha história de encantar
quem me dera ser o cume da montanha
e olhar de cima o vale mais profundo
quem me dera ser uma força tamanha
e dar um novo mundo ao mundo
( Adaptado da canção 'Wishlist'- dos Pearl Jam )
( 28.12.2007 )
'' O mesmo céu ''
Escrevi o teu nome na nuvem mãe
que suavemente atravessa o espaço
ainda sinto o cheiro da tua pele
ainda te revejo em tudo o que faço
Como um poema de aguarela
guardo enfim o primeiro encontro
mostrei-te que o sonho pode queimar
ao perder-me nesse teu assombro
Pediste a utopia rebelde de um luar
e eu pedi o desejo de te encontrar em mim
esquecemos que o tempo não dorme
e todas as histórias têm um fim
Esta ausência de ti vem sufocar-me
ainda tenho o meu olhar preso no teu
será o mundo um dia capaz de parar
para nos ver sonhar o mesmo céu?
( 08.05.2006 )
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
'' Se desistires de mim ''
À noite submerso num manto de nuvens
sonhando ainda acordado
as coisas não resultam sem ti
rumo incerto deste triste fado
Sabes que irei atrás de ti
e mesmo que desistas de mim
eu irei sempre atrás de ti
Se me aceitares em rendição
desisto do que não te satisfaz
eu não quero ficar sem ti
desejo encontrar em ti a paz
Sabes que irei atrás de ti
e mesmo que desistas de mim
eu irei sempre atrás de ti
Mais um coração partido em dois
chorando o fim em segredo
nunca pensando se depois...
... se vai conseguir vencer o medo
Mesmo assim... irei atrás de ti
( 1997- Adaptação da canção dos Foo Fighters- Walkin' after you )
'' De volta para ti ''
No meu sonho , o nosso amor acabou
e eu vivi da sorte e do destino
eu tive-te dentro do meu peito
e esperei até ser tarde demais
Agora fico neste lugar vazio
habitado apenas pelo vento
eu só quero voltar para ti
ter de volta aquele momento
Uma vez fui alguém em ti
via o teu rosto em todas as estrelas
e as promessas trocadas na noite
largadas entre o acaso e a sorte
vazias no sopro do lamento
perdidas no suspiro do vento
... mas só quero voltar para ti
Vieste no desafio do amor
trouxeste esse brilho no olhar
e é o teu fundo que quero agarrar
toda a minha vida fui prisioneiro
da minha própria cegueira
vivendo na indiferença deste jogo
arrisquei à minha maneira
... mas só quero voltar para ti
Agora que acordei deste sonho mau
e descobri o mundo que me cerca
todo aquele amor que deitei fora
hei-de recuperá-lo de novo
e esta dor que cá dentro me aperta
sabe que chegou a hora
... de voltar para ti
( adaptação da canção 'Back in your arms'- Bruce Springsteen )
( 26.09.1996 )
'' Sou ''
Sou a sombra do teu pensamento
e o nome que um dia esqueceste
sou a tua cidade erguida nas nuvens
e o tempo que sem querer perdeste
Sou a chama que escondes no peito
a tua pequena saída da auto-estrada
sou o lamento espelhado no teu olhar
e um longo abraço cheio de nada
Sou a distância que guardas de mim
o silêncio de um futuro ainda distante
sou o medo que enfrentas de noite
na espera de um sonho mais gigante
Sou o rastilho do teu mundo inteiro
e as palavras que insistes em esconder
sou fogo fátuo que aquece o teu chão
uma página de um livro que ficou por ler
Sou aquilo que vês antes do fim
o porto de abrigo que tens de alcançar
sou o teu remorso mais profundo
as tuas lágrimas ainda por chorar
Sou a penumbra do teu instante infinito
a tua luz no meio da imensa escuridão
sou desejo e vontade que tens pra dar
e uma vida inteira na palma da mão
( 26.12.2007 )
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
'' Prisioneiro da solidão ''
O sol desce a montanha
e o caudal do rio avança
o barco ruma sem destino
entre o medo e a esperança
A vida é vazia de sentido
e o tempo finge-se cansado
sempre triste e amargurado
como um repetido fado
Corpos tocam-se em angústia
nesta estranha melancolia
e o barco funde-se na penumbra
na procura de um novo dia
E um velho farol alumia
o futuro que se tem na mão
será o destino vencido?
ou seremos prisioneiros da solidão?
( 25.12.2007 )
'' Onde me perdi ''
Envolto nesta angústia
que me queima por dentro
brindo a todas as palavras
resisto à força do vento
Há um anjo azul nos meus sonhos
que me adormece na escuridão
desejo de atravessar esse rio
fugindo à eterna solidão
Há um índio no meu deserto
sorvendo a vida aos poucos
no rosto; lágrimas de sangue
mergulhado num sufoco
E eu fico aqui... onde me perdi
Esse fogo arde sem brilho
devora esta folha branca
como brinquedo refém
nas mãos de uma criança
Prisioneiro do íntimo
largado ao ritmo da hora
sei que o mundo não espera
e vai avançando lá fora
Será sempre assim
o sonho não me vai bater
bebo neste copo de whiskey
o futuro que não quero ver
E fico aqui... onde me perdi
( 20.06.1997 )
'' Final de mim ''
... e assim cá estou eu, no final de mim
as folhas caem, preenchendo este chão de inverno
escondendo o futuro que não vi
... já não tenho nome, pouco importa quem sou
a vida é uma longa travessia
e eu nem sei para onde vou
Todas as vezes que me olho no espelho
nunca me consigo ver
o encanto vai-se perdendo
e pouco há por fazer...
... um dia sei que vou acabar.
( 19.11.96 )
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
'' A noite cerrada ''
A noite ficou cerrada
bem longe, naquele monte
sem tempo pra mais nada
espreito o estranho horizonte
Tenho o olhar cansado
de tanto esperar a madrugada
tantas vezes afogado
nessa mágoa desencantada
Já perdi de vez o norte
desta história do faz de conta
o mundo que se procura
nem sempre é o que se encontra
E a noite passou o monte
e reinventou um novo céu
serás sempre a minha fonte
e eu serei para sempre teu
( 25.12.2007 )
'' O meu desejo ''
O meu desejo é entrar no teu mundo
e passo a passo conhecer o teu fundo
O meu desejo é ser sempre o teu porto
e deixar-te adormecer em mim pouco a pouco
É o desejo de um pedaço de tempo
de uma vida levada ao sopro do vento
O meu desejo é desvendar o teu segredo
e junto de ti combater qualquer medo
O meu desejo é encontrar em ti a paz
e saber que só o teu sorrir me satisfaz
É o desejo de um pedaço de tempo
de uma vida levada no sopro do vento
( 24.12.2007 )
''Sangue''
Tenho o sangue preso no olhar
e esta madrugada que ainda resiste
tenho o vento que sopra em vão
e tudo o que nele existe
Tenho a tristreza que me bate
e a força sólida de cada rima
tenho o assombro da memória
de uma criança pequenina
Tenho um barco abandonado
nesse mar que não é o meu
tenho esta rosa vermelha de sangue
ofertada à ternura do teu céu
Tenho o tudo e tenho o nada
e perco-me neste amanhecer
e tenho nesta repetida solidão
a magia de não ter pressa de viver
( 24.12.2007 )
domingo, 23 de dezembro de 2007
''Wrong way''
I'm gonna need some time
a few moments with myself
you don't need to understand
i'll be just fine without help
Maybe i have all the time in the world
but i just can't get enough
i remember some of your words
they use to make me feel safe
This ain't the way i wanted to be
this ain't the way i wanted to be
The sweetest kiss you gave me
the warmest touch you bring me
i just felt like i'm dying
all the ways to refuse good byes
I almost grab my strange dreams
takin'a wrong road everytime
tryin'to live this way to the end
trumblin'over my thoughts at night
This ain't the way i wanted to be
this ain't the way i wanted to be
I just felt i could die
without ever say goodbye
takin'a wrong long road
livin'a wrong... wrong way
( 28.04.97 )
A minha vez...
Baloiço preso no ritmo do momento
nesta ilusão de alcançar o impossível
as ideias tombam como soldados em batalha
e eu sinto-me mais perto do sonho incrível
As minhas esperas empurram-me para a frente
desejo de arrancar do futuro tudo o que vier
avanço aos poucos nesta luta recusada
arrisco jogar a minha vida sem medo de perder
... chegou a minha vez de tentar!
( 22.10.1996 )
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
'' Não vai chover para sempre ''
Atravessámos um passado próximo
por entre o fumo dos céus
por vezes quase indiferentes
divididos entre a escuridão e a noite
Será que temos fé, naquilo em que se acredita?
o verdadeiro teste é crer no que não se vê
e nem sempre acreditar naquilo que se ouve
entre os escombros e a penúmbra
E eu oiço o resvalar do medo
que vem do fundo dessa rua
mulheres que choram a perda
e crianças que sabem haver algo errado...
...e é difícil acreditar que o amor vencerá
Não vai chover o tempo todo
o céu não vai cair para sempre
mesmo que a noite seja longa
as tuas lágrimas não vão cair para sempre
Quando estou só, e acordo a meio da noite
sinto a tua falta, o desejo de te ter comigo
podes dizer-me se ainda há tempo para acreditar?
ou isto é tudo o que temos, tudo o que se tem para dar?
... é tão difícil acreditar que o amor vencerá
(03.02.1998 )
( Baseado no tema ''It can't rain all the time'' do filme ''THE CROW'' )
Farsa...
Há um palco narciso
rodeado de ideias
um actor submisso
evitando as asneiras
Uma farsa desnudada
personagens por aí
um jogo de apanhada
levado até ao fim
E há um grito de espanto
um abusar da sorte
entre o medo e o encanto
aquele risco de morte
É um sonho recusado
no abrigo do actor
onde a voz e a guitarra
são servidas em suor
Um conto levado à cena
protagonistas de cartão
é a história de uma vida
perdida na multidão
Uma comédia disfarçada
saboreada no momento
uma frase improvisada
num rodopio tão lento
Há no fundo do horizonte
o prémio mais desejado
uma batalha infinita
na procura de ser amado
É um sonho recusado...
( 06.02.1992 )
Como um anjo...
Saiste do fundo da noite
cruzaste pálida à minha porta
embalando o corpo como um anjo
quebraste o encanto na hora
Tive receio de te travar
romper o silêncio sem hesitar
mas segura da tua forma de ser
deste-me um pouco de ti a provar
Um dia a mais nesta história
como fogo que arde sem queimar
dei-te tudo o que tinha de mim
dei-te este céu intenso de mar
Apertei-te contra o meu peito
beijei-te nos olhos por querer
segredei-te palavras nuas ao ouvido
sem perceber que no fim joguei para perder
Sem nada para te esconder
entrei no teu mundo por tentar
cerquei-te nos meus braços
que frágeis te deixaram escapar
Escrevo o teu nome na areia húmida
e recordo o teu jeito de ser
as lágrimas caem como lâminas soltas
rasgando-me o peito até doer
Cada instante é uma aventura
e o amanhã nunca será igual
ainda sinto o teu cheiro na almofada
ainda espero pelo teu sinal
( 17.06.1997 )
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
A tua luz...
Uma vez entrei demais no teu olhar
e no conforto de uma noite só
expulsei toda a angústia e amargura
tornei mole essa pedra dura
e reduzi o remorso a pó
Deixei-me ficar ofuscado pela tua luz
apertado no teu longo e doce abraço
procurando o sentido da razão
esse destino que trazemos na mão
e que se vai perdendo no espaço
Ahh... sempre quis provar o teu sabor
jogar pra vencer esse jogo de sedução
talvez um dia consiga enganar o destino
e tudo o que sonhei desde pequenino
poderá não ter sido em vão
(20.12.2007 )
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