domingo, 16 de março de 2008

'' 9.30 ''














São nove e trinta lá fora, e eu ainda nem acordei
mais um dia a rasgar esta história que provoquei

Tenho ainda o teu sabor e a espera que nunca me bateu
ainda sinto o teu cheiro sempre tão perto do meu

Vieste por mim incapaz de me esconder o teu céu
travámos uma luta intensa, ainda nem sei quem perdeu

Fui a fera que te apanhou, foste o desejo que veio a tentar
e eu fiz da voz e da guitarra as lágrimas do meu olhar

Saí enquanto dormias, afundei-me num mar de gente
perdendo-te aos poucos a cada momento ausente

Parei na beira do rio, procurei na água a tua imagem
as notas saem trocadas repetindo sempre a mesma viagem

Voltei para ficar em ti, mas logo foste embora
ficou marcado no teu rosto que passou a minha hora

Fui a fera que te apanhou, foste o desejo que veio a tentar
e eu fiz da voz e da guitarra as lágrimas do meu olhar

( 1997 )

Um comentário:

Unknown disse...

Boa poeta..devias compor para alguma banda.. já pensaste nisso? Jokas