domingo, 24 de fevereiro de 2008

'' Sono de fantasmas ''

















Decidida a noite chega a este lugar
em passos largos de dança
pintando o espaço de negro
pela mão de uma criança

Néons ofuscam as ruas desertas
o frio vem ao dobrar a esquina
a lágrima lenta começa a cair
tão frágil, tão pequenina

Um sono cheio de fantasmas
sob um tecto de céu estrelado
sobrevivendo de barriga vazia
abandonada pela cegueira do estado

O estranho medo de acordar
e sentir um futuro recusado
o amanhã será sempre igual
neste pobre corpo refugiado

O tempo não apaga o presente
a mágoa é fogo farto de queimar
e essa criança confinada em solidão
procura uma mão aberta para segurar

( 24.02.2008 )

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